Fórum de Parceria de 2025 do Conselho Econômico e Social (ECOSOC) e suas perspectivas no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na Agenda 2030
- Jerfferson Simões
- 1 de mai.
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Em setembro de 2015, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, EUA, foi lançada a Agenda 2030 da ONU, um compromisso global firmado por 193 estados. Nesse contexto, foram definidos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e premissas 169 metas universais, com propósitos ambiciosos.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são: (1) erradicação da pobreza; (2) fome zero e agricultura sustentável, (3) saúde e bem-estar, (4) educação de qualidade; (5) igualdade de gênero; (6) água potável e saneamento; (7) energia limpa e acessível; (8) trabalho decente e crescimento econômico; (9) indústria, inovação e infraestrutura; (10) redução das desigualdades; (11) cidades e comunidades sustentáveis; (12) consumo e produção responsáveis; (13) ação contra a mudança global do clima; (14) vida na água; (15) vida terrestre; (16) paz, justiça e instituições eficazes; (17) parcerias e meios de implementação das metas.

Em 5 de fevereiro de 2025, na sede da ONU, em Nova Iorque, a Agenda 2030 da ONU foi objeto de discussões no Fórum de Parceria de 2025 do Conselho Econômico e Social (ECOSOC), contando com a participação da World Security Federation, representada por seu Presidente, Jerfferson Simões e dos assessores, Dra. Soraya Cardoso e Dr. Filipe Oliveira.
O evento contou com presença dos representantes de estados-membros, inclusive o Brasil, na ocasião representado pelo Doutor José Gilberto Scandiucci Filho, membros da ONU, instituições do setor público e do setor privado, incluindo entidades não-governamentais, instituições financeiras internacionais.
Neste ponto, é válido pontuar que o evento foi uma grande oportunidade para a Entidade expor diretamente suas ideias e se colocar à disposição na elaboração de estudos e debates do ECOSOC sobre o tema, inclusive junto ao representante do Brasil na ONU, Sr. José Gilberto Scandiucci Filho e à Sra. Lotta Tähtinen, Diretora, Escritório de Apoio Intergovernamental e Coordenação para Desenvolvimento Sustentável, UN DESA.
O tema central do evento foi “Promovendo soluções sustentáveis, inclusivas, baseadas em ciência e evidências para a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para não deixar ninguém para trás.”
Durante o evento, ficou evidente a necessidade da revisão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) pelo Fórum Político de Alto Nível (HLPF), em especial no que se referente ao Objetivo 3 (Boa Saúde e Bem-estar); ao Objetivo 5 (Igualdade de Gênero); ao Objetivo 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico); ao Objetivo 14 (Vida na Água) e ao Objetivo 17 (Parcerias para Implementação dos Objetivos), na medida em que se exige propostas concretas.
No decorrer do evento, foram apresentadas as severas dificuldades enfrentadas por diferentes segmentos, incluindo no setor da segurança privada, de se cumprir as metas universais.
Por outro lado, foi consenso entre os participantes de que o tema merece maiores debates e estudos, a fim de expandir a relevância e importância do enfrentamento da Agenda por todos os segmentos econômicos e sociais, mediante ações concretas e eficazes que potencializem o desenvolvimento sustentável, mormente não pode se restringir a teorias.
Igualmente, foi consenso de que, acerca de todos os objetivos, deve haver maior aproveitamento do potencial da inteligência artificial (IA) nas estruturas de governança, guiadas pelos princípios de equidade, justiça e solidariedade, inclusive na intensificação das orientações e das divulgações de metas a serem cumpridas por todos os setores econômicos e sociais.

Ao promover o diálogo, a colaboração e a inovação entre diversas partes interessadas, a IA pode ser alavancada como uma ferramenta poderosa para abordar desafios globais e construir um futuro mais sustentável e inclusiva.
As tecnologias de IA oferecem oportunidades sem precedentes para acelerar o progresso em direção aos ODS, aumentando a eficiência, a inovação e a tomada de decisões. Da segurança, saúde e educação à conservação ambiental e à redução da pobreza, a IA promete desbloquear novas soluções e caminhos para o desenvolvimento sustentável.
No entanto, concretizar todo o potencial da IA para o desenvolvimento sustentável requer uma consideração cuidadosa de suas implicações sociais, econômicas e ambientais.
Preocupações como privacidade de dados e deslocamento de empregos reforçam a necessidade de estruturas de governança de IA éticas e responsáveis que priorizem os direitos humanos, a equidade e a sustentabilidade.
A adoção generalizada de IA em esforços de desenvolvimento sustentável, também, pode exacerbar as desigualdades existentes se não for acompanhada por salvaguardas e intervenções apropriadas.
Existe o risco de que as tecnologias de IA possam ampliar a exclusão digital, pois o acesso a ferramentas e recursos orientados por IA pode ser distribuído de forma desigual entre populações, regiões e entre países.
Nesse cenário, é inquestionável que o debate em questão, direta e indiretamente, afeta a atuação da segurança privada. A segurança privada está em constante evolução. A ascensão da tecnologia está em constante revolução.
A inteligência artificial é uma das principais inovações do segmento. Câmeras de segurança equipadas com IA viabilizam a identificação de comportamentos suspeitos e alertas em tempo real, reduzindo o tempo de resposta e aumenta a eficácia na prevenção de incidentes.
Uso de drones em patrulhas áreas, câmeras de alta resolução e sensores térmicos, alarmes, são apenas alguns exemplos de ferramentas que já são realidades da segurança privada, mas que, conforme defendido no Fórum de Parceria de 2025 do Conselho Econômico e Social (ECOSOC), exigem o zelo e o comprometimento do segmento, devendo serem adotadas de forma inteligente e segura.

Investir em soluções avançadas de cibersegurança e treinamentos contínuos de equipes devem ser prioridades, das empresas de segurança privada, assim como protocolos de segurança rigorosos devem ser implementados para proteger as redes e os dados sensíveis para a prevenção de ataques cibernéticos.
Com o rápido progresso da tecnologia, é fundamental que os profissionais de segurança se atualizem com as mais recentes inovações e saibam utilizá-los melhor. Isso envolve capacitação em cibersegurança, análise de dados e operação de equipamentos avançados, garantindo que as equipes estejam preparadas para lidar com os desafios contemporâneos.
É indiscutível que, à medida que a automação e a inteligência artificial assumem funções tradicionais, os profissionais de segurança devem se concentrar mais em atividades estratégicas e de supervisão, garantindo que os sistemas automatizados operem corretamente e possam lidar com situações complexas que exigem julgamento humano.
Desta forma, a World Security Federation, na condição de representante da segurança privada no plano internacional, reforça seu compromisso na busca incansável do cumprimento da Agenda 2030, bem como conta com o apoio das empresas de segurança privada brasileiras para a mobilização de valores e no desempenho de seus negócios de modo inclusivo e sustentável.
Além do mais, enfatiza-se a importância do apoio das empresas e entidades representativas de segurança privada à World Security Federation, na medida em que a Entidade, em nome de todo o segmento, tem buscado junto aos órgãos internacionais, a exemplo da ONU, discutir e impulsionar estratégias de crescimento do setor da segurança privada.

Jerfferson Simões é Presidente da World Security Federation, entidade realizadora do World Security Congress - WSC.
É economista, empresário na área de segurança há mais de 40 anos, fundador e atual presidente da World Security Federation – WSF, fundador e ex-presidente da Federação Panamericana de Segurança – FEPASEP, ex-presidente da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores – FENAVIST e do Sindicado das Empresas de Segurança do Paraná – SINDESP/PR.